O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira (25) uma série de medidas voltadas para a indústria. O banco vai disponibilizar cerca de R$ 20 bilhões para o financiamento em inovação pelo setor, além de R$ 2 bilhões para que empresas exportadoras da indústria de transformação possam investir em máquinas e equipamentos ou em capital de giro.
A entidade também prevê diminuir em até 60% o spread cobrado de micros, pequenas e médias empresas (MPMEs) no âmbito do programa BNDES Exim Pré-Embarque. O pacote foi apresentado pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, durante evento que comemorou o Dia da Indústria.
Na avaliação da CNI, entidade que representa o setor industrial brasileiro, “as linhas de crédito chegam em um momento importante para o país, que precisa urgentemente desenhar sua política industrial”. Para Robson Braga de Andrade, investimento, exportação e inovação são eixos essenciais para o desenho de uma nova política industrial, cujas bases foram lançadas no Plano de Retomada da Indústria, entregue ao governo.
Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade elogiou a iniciativa. “A indústria brasileira precisa de recursos para, cada vez mais, apostar em digitalização, tecnologia e inovação. O custo elevado é apontado como principal barreira interna à adoção de novas tecnologias. Por isso, atualmente, mais da metade das empresas industriais não usa qualquer ou usa poucas tecnologias digitais. Só com a digitalização vamos superar a baixa produtividade e competitividade da estrutura produtiva para elevar o crescimento do Brasil, com mais empregos e mais renda”, disse.
Segundo o economista Cesar Bergo, o pacote de apoio à indústria anunciado nesta quinta-feira (25) não é algo isolado, mas reflete uma mudança de posicionamento do BNDES. “Desde o primeiro momento em que houve essa mudança de equipe do BNDES, ficou claro o desejo de fazer maiores investimentos, sobretudo na parte da indústria. Me parece que há uma vontade do governo de incrementar os investimentos diretos e apresentar uma diversificação, priorizando aqueles setores que o próprio governo coloca como prioritários, inclusive visando a retomada da industrialização do país”.
Plano Safra da Indústria
Durante o evento, Mercadante sugeriu que a indústria brasileira precisa de incentivos semelhantes ao que o agronegócio recebe com o Plano Safra. “Precisamos, sim, de um plano safra para a indústria. Não me venham falar que subsídio é jabuticaba. Jabuticaba é ter a maior taxa de juros com uma das menores inflações do planeta, que é o que temos hoje. Subsídio não é jabuticaba quando é transparente, bem aplicado e direcionado para setores estratégicos.”
Fonte: Brasil61