A banda Canto Cego transforma seu tão aguardado novo álbum de estúdio em uma poderosa afirmação artística e um marco de maturidade criativa. Não é por acaso que o trabalho leva o mesmo nome da banda, mesmo sendo o terceiro disco do quarteto carioca. Esse lançamento multifacetado e cheio de significado celebra não apenas a evolução musical do grupo, mas também sua união e comprometimento ao longo de uma década.
Ouça “Canto Cego”: https://play.shakemusic.com.br/cantocego
“Neste álbum autointitulado, estamos realizando um exercício muito especial de autoafirmação, colocando nosso nome em destaque, reafirmando nossa presença, sem medo de deixar uma marca”, afirma a vocalista Roberta Dittz.
Além dela, a banda é formada por Rodrigo Solidade (guitarras), Ruth Rosa (bateria) e Magrão (baixo). Em um mundo onde as individualidades ganham cada vez mais destaque, o fato de a banda manter a mesma formação há 10 anos é, por si só, uma mensagem de afeto, tolerância e amor. O álbum simboliza o compromisso, dedicação e paixão pela música que permeiam a trajetória do Canto Cego.
A mensagem do álbum serve como guia para a postura crítica, social e política do grupo, uma veia que pulsa desde seus primeiros lançamentos. “Canto Cego” apresenta uma seleção de faixas que exploram todas as potencialidades da banda, desde momentos mais poéticos com atmosferas imersivas até explosões mais roqueiras e barulhentas, com distorções que expressam a essência visceral do Canto Cego.
O processo de criação do álbum teve início em dezembro de 2022, logo após a aprovação do projeto pelo FOCA (Fomento à Cultura Carioca). No entanto, algumas músicas, como “Fogo” e “Fica Comigo” – esta última lançada como single -, já estavam sendo elaboradas há algum tempo. Com apenas um mês de estúdio localizado no berço do Canto Cego, no Complexo da Maré, a banda finalizou o conceito e os arranjos do álbum em janeiro deste ano, dando início a uma maratona que resultou em um de seus trabalhos mais pessoais até o momento. Por isso, foi importante que a banda assumisse pela primeira vez a produção musical e estabelecesse seu caráter autoral por excelência.
A faixa de abertura, “Farsa (Alvorada)”, escolhida como o single de lançamento do álbum, expressa a esperança por um novo tempo e foi uma das primeiras composições criadas durante o processo. A participação de Pedro Guinu, com seus sintetizadores e samples modernos, trouxe um ar contemporâneo à música.
Assista ao videoclipe de “Farsa (Alvorada)”: https://youtu.be/sOIhkDTfznQ
“Urgentes”, a faixa mais animada do álbum, incorpora elementos de metais, com a participação de Bruno Danton no trompete e Pedro Garcia no trombone, para transmitir a sensação de buzinas de carros, evocando uma atmosfera de euforia e caos. A música explora as sensações urbanas de ansiedade e velocidade, abordando os paradoxos da produtividade e de uma civilização que corre sem saber se é para alcançar ou escapar. “Urgentes” harmoniosamente mescla rock, MPB, punk rock e música latina, evidenciando a natureza experimental do Canto Cego. A adição dos instrumentos de metais e da percussão de Rodrigo Maré confere uma dimensão sonora distinta à faixa.
A mencionada “Fica Comigo” é uma balada emocionante, que encapsula o desejo da banda de estar ao lado das pessoas amadas, seja em um relacionamento romântico ou não, enfrentando desafios e superando obstáculos, reconhecendo o potencial de crescimento que há em estar juntos. Já “Quem é você” é uma reflexão sobre relações e sentimentos, com a participação de Gugu Peixoto na voz e composição. “Luto” é um interlúdio marcado por timbres pesados e ritmados, que incita o levante popular e a luta por causas essenciais para uma sociedade justa. Encerrando a primeira metade do disco, surge a faixa destacada do álbum, “Fogo”. Ela é uma poderosa ode ao empoderamento feminino, às contradições da sexualidade e à repressão religiosa, com letras intensas e uma melodia arrebatadora.
Assista ao videoclipe de “Fica Comigo”: https://youtu.be/CPbhr-Q3nGg
“O Invisível (Encruzilhada)” é uma faixa mística que aborda a conexão com um mundo invisível, com influências de Elza Soares e Metá Metá, e destaca a busca da intuição como guia. “Rio” é uma parceria com Morgado e retrata o amor e o ódio pela Cidade Maravilhosa, enquanto “Inventados” é uma poesia densa e impactante que representa a história da banda ao longo dos anos. Ela é seguida por “Parque das Imagens”, contando a história de um encontro marcante, e “Fábula de uma granada”, crítica aos governantes do ódio em uma faixa de rock agressiva e com sonoridade sombria. Por fim, “Ratos de Metal” encerra o álbum com um mantra de resistência, representando a superação de momentos sombrios.
Assista ao visualizador de “Rio”: https://youtu.be/BZkq6-flty4
Essa pluralidade de sons e ritmos está em sintonia com a história da própria banda, que já se apresentou em palcos e festivais importantes, como o Rock in Rio, Montreux Jazz Festival (Suíça), Porão do Rock, Circo Voador e Imperator.
Em seu primeiro álbum, “Valente” (2016), o Canto Cego trouxe faixas compostas em parceria com o saudoso Marcelo Yuka euma versão roqueira de “Zé do Caroço”, de Leci Brandão, que se tornou trilha sonora da novela “Malhação”. Em seu segundo álbum, “Karma” (2019), a banda incorporou elementos de percussão, mesclando ritmos afro-brasileiros com letras sociais e existencialistas. Entre os lançamentos mais recentes, estão “Vida Rendeira”, com participação de LAZÚLI (Francisco El Hombre), uma releitura do samba “Tô voltando”, de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós, com a cantora CARU, e o single “Bate Panela”, com participação do rapper Marcão Baixada.
O novo álbum oferece uma nova perspectiva da banda, amadurecida e influenciada pelos últimos anos no Brasil, em um lançamento pelo selo Machinna. “Canto Cego” se torna, portanto, uma demonstração inegável da habilidade, versatilidade e potência de um grupo que não desiste e continua evoluindo a cada novo trabalho. Com esse lançamento, o Canto Cego reafirma sua relevância no cenário musical brasileiro. O álbum já está disponível em todas as plataformas digitais, e uma turnê será anunciada em breve.
Ficha técnica:
Compositores: Roberta Dittz, Magrão, Rodrigo Solidade, Ruth Rosa, Gugu Peixoto (Quem é você) e Morgado (Rio)
Intérpretes: Canto Cego, Gugu Peixoto (Quem é você) e Morgado (Rio)
Vozes: Roberta Dittz, Ruth Rosa, Rodrigo Solidade, Magrão, Gugu Peixoto (Quem é você) e Morgado (Rio)
Guitarras e efeitos: Rodrigo Solidade
Guitarra solo: Rafael Garrafa em “Quem é você”
Violão: Rodrigo Solidade em “Farsa (Alvorada)”, “Urgentes”, “Quem é você”, “Fica Comigo” e “Parque das Imagens”
Trompete: Bruno Danton em “Urgentes”
Trombone: Pedro Garcia em “Urgentes”
Percussão: Rodrigo Maré em “Urgentes”, “Fogo” e “O Invisível (Encruzilhada)”
Piano Elétrico: Gugu Peixoto em “Quem é você”
Pandeirola: Rodrigo Solidade “Fica Comigo e Quem é você” e Ruth Rosa em “Quem é você”
Synths: Pedro Guinu em “Farsa (Alvorada)” e “Fica Comigo”, e Nelsinho Freitas em “Rio”
Produção Musical: Canto Cego e Rodrigo Solidade
Gravação: Pedro Garcia (estúdio Cantos do Trilho) e Rodrigo Solidade (estúdios Kora Lab e Ópera 3)
Edição: Rodrigo Solidade e Iuri Nascimento em “Fábula de uma granada”
Mixagem: Pedro Garcia (Estúdio Chinelada)
Masterização: Carlos Freitas (Classic Master USA)
Selo: Machinna
Editora: Shake Music
Distribuidora: Shake Music
Divulgação: Build Up Media
Conceito Gráfico: Vinícius Tibuna
Fotografia: Paulo Barros
Produção Executiva: Verama Filmes
Manager: Camila Mira
Este projeto foi contemplado pelo Fomento à Cultura Carioca (FOCA) da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura.