O Serviço Geológico do Brasil iniciou, em março deste ano, o projeto “Geologia e Potencial Mineral do Domínio Santana do Araguaia”, que prevê o mapeamento sistemático de cinco folhas cartográficas, localizadas no contexto do Domínio Santana do Araguaia, na porção sul do Cráton Amazônico. O mapeamento será realizado com a aquisição e integração de novos dados geológicos, geoquímicos, geocronológicos, além de informações aerogeofísicas e de sensoriamento remoto.
O estudo também incluirá a caracterização dos controles geológicos das ocorrências minerais na área, com foco especial em urânio e fosfato. O objetivo é gerar dados mais atualizados e consistentes, a fim de incentivar programas exploratórios e a descoberta de novos depósitos minerais. A região de Santana do Araguaia tem apresentado indícios relevantes de estanho, cromo, chumbo, cobalto, ouro, além de urânio, fosfato e calcário. Uma parte dessa área de Santana do Araguaia é estudada pelo Projeto Urânio Brasil. A atualização e ampliação do conhecimento geológico e mineral da região são fundamentais para o planejamento e a implementação de políticas públicas voltadas para a gestão territorial, além de atrair investimentos no setor mineral e industrial.
O SGB selecionou cinco folhas para mapeamento, em um total de cerca de 15.125 km², que abrangem as áreas designadas de Rio Dezoito, Rio da Paz, Serra do Matão, Rio Campo Alegre e Ribeirão Santana. O projeto é liderado pelo pesquisador Lívio Corrêa e conta com uma equipe da Gerência de Geologia e Recursos Minerais da Superintendência Regional de Belém, com a participação dos pesquisadores Aline Barros, Desaix Balieiro, João Marcelo Castro, dos técnicos Djalma Hartery, Paulo Sérgio Santos e Paulo Melo, além do auxiliar técnico Sebastião Benjamin, e da participação da pesquisadora Rita Cunha, da Superintendência Regional de Salvador.
A geodiversidade da região permite o aproveitamento de diversas rochas como fontes alternativas para condicionadores de solo, auxiliando no alcance de padrões de fertilidade compatíveis com as necessidades regionais e promovendo o desenvolvimento econômico sustentável. Nesse contexto, destacam-se os agrominerais, como enxofre, fosfato, potássio e calcário dolomítico, além do potencial de uso de rejeitos de mineração como remineralizadores de solos.