O primeiro passo para o início da nacionalização do Defesa Civil Alerta, novo sistema de envio de alertas da Defesa Civil Nacional em casos de desastres de grande perigo, foi dado nesta segunda-feira (11). Ao lado de gestores estaduais de defesa civil do Sul e Sudeste do País, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, anunciou a expansão da ferramenta para as duas regiões inicialmente. No fim do mês, outra reunião será marcada com estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste para alinhar a ampliação da tecnologia em 2025.
Após um cronograma de ações de implementação, o sistema estará em operação nas regiões Sul e Sudeste neste ano. “Estamos entregando o Defesa Civil Alerta para os estados das duas regiões, uma vez que todos os testes foram feitos e aprovados. A partir de agora, serão feitas reuniões de ajustes e, ainda em 2024, veremos a tecnologia sendo executada”, comemorou o ministro.
Waldez destacou o cuidado do Governo Federal ao disponibilizar a tecnologia. “É importante lembrarmos que os municípios, ao dispararem os alertas, precisam estar certificados pela Defesa Civil Nacional. Muitas cidades estão habilitadas, outras ainda precisam, com o apoio da defesa civil estadual, de preparação. Essa preparação inclui um bom plano de contingência, equipes treinadas e capacitadas, rotas de fuga definidas e abrigos para a população”, detalhou o ministro, ressaltando o alcance da ferramenta. “O sistema está pronto e o Brasil se junta a poucos países do mundo a utilizar uma tecnologia com tanta eficiência. Estamos alinhados com o compromisso do presidente Lula em adotar uma melhor gestão de riscos e de desastres e salvar vidas”, acrescentou.
A nova tecnologia utiliza a rede de telefonia celular para emitir alertas gratuitos, com mensagem de texto e aviso sonoro, inibindo qualquer conteúdo em uso na tela do aparelho, inclusive no modo silencioso. Os alertas são disparados para a população em área de risco e com cobertura de rede 4G ou 5G, sem necessidade de cadastro prévio do usuário. Em agosto deste ano, o Defesa Civil Alerta foi testado em 11 municípios brasileiros.
O secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, lembrou da importância da atuação dos estados. “Nesse primeiro momento, os sete estados das duas regiões ficarão responsáveis pelos alertas. Após os ajustes necessários, os municípios poderão assumir a função”, afirmou.
Diante das mudanças climáticas, a ferramenta é indispensável, destacou o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun. “Os eventos adversos estão cada vez mais extremos. Portanto, desenvolver uma tecnologia capaz de informar as pessoas de forma automática tem um grande potencial no salvamento de vidas”, concluiu.
A superintendente de controle de obrigações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Suzana Rodrigues, ressaltou a relevância do projeto e a união das instituições envolvidas. “A Anatel reconhece o retorno dessa tecnologia para a sociedade. O Defesa Civil Alerta é um exemplo claro de como a união dos setores público e privado pode fortalecer nossa capacidade de proteger os brasileiros”, disse.
Região Sul
Atingido por um dos maiores desastres da história do Brasil, o Rio Grande do Sul poderá contar com a nova ferramenta em eventos extremos futuros, atendendo a expectativa levada pela representante da defesa civil estadual, Ana Amélia. “Eu vi de perto os estragos do último desastre e posso garantir que, ainda que o estado esteja começando a se reerguer, estávamos com muita expectativa para a expansão do Defesa Civil Alerta. É uma forma de nos prepararmos para os desastres futuros”, destacou.
O secretário de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, Fabiano de Souza, parabenizou a Defesa Civil Nacional. “A ferramenta é um marco no sistema de monitoramento e alerta do Brasil. Nós acompanhamos todo o esforço e dedicação para que esse sistema saísse do papel e se tornasse uma realidade”, disse o secretário, destacando a importância da comunicação em casos de desastres. “O aprimoramento da interação com a população em risco sempre foi um ponto de extrema atenção. Com a nova tecnologia, essa comunicação fica mais visível e eficiente. A grande maioria dos brasileiros possui um celular e poderá ter a informação na palma da mão, podendo preservar a própria vida e a de quem está ao redor”, acrescentou.
Da mesma forma, o coordenador executivo da Defesa Civil do Paraná, Ivan Ricardo Fernandes, elogiou a ampliação do Defesa Civil Alerta. “É uma satisfação poder participar desse momento. Nos dois municípios paranaenses, onde o sistema foi testado, a aceitação das pessoas foi enorme. Estamos falando de uma ferramenta extremamente invasiva, algo que é necessário em eventos de grande perigo, e efetiva”, completou.
Região Sudeste
O representante da Defesa Civil do Espírito Santo, Wanderson Machado de Paula comemorou a ampliação do sistema. “Estávamos muito ansiosos. Eu só tenho que agradecer ao Governo Federal por essa iniciativa”, disse.
Para a diretora da Divisão de Resposta da Defesa Civil de São Paulo, Michele Cesar, a ferramenta vai chegar em boa hora. “Nunca tivemos tantos registros de incêndios florestais em São Paulo, sem contar os danos causados pelas chuvas recentemente. Quando estamos nos recuperando de uma situação, outra aparece. A integração entre Governo Federal, Anatel, operadoras e defesas civis estaduais e municipais é fundamental e tem grande impacto no salvamento de vidas. Sem dúvida nenhuma, é uma ferramenta que vai fazer a diferença”, afirmou.
“Também gostaríamos de parabenizar o Governo Federal pela iniciativa e qualidade do trabalho realizado”, afirmou o coronel do Corpo de Bombeiros Militar e assessor técnico da Superintendência Operacional da Defesa Civil do Rio de Janeiro, Marcio Fernandes Maradei.
O coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, Wenderson Duarte Marcelino, alertou para a cultura de autoproteção. “Quando ocorre uma emergência, observamos que a população entra em pânico e não consegue agir da maneira correta. Infelizmente, a nossa cultura de autoproteção é fraca. Acredito que o Defesa Civil Alerta será essencial não apenas para a divulgação do alerta, mas para fazer com que as pessoas acreditem no risco e saibam o que fazer naquela condição”, concluiu.
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Fonte: MIDR